quarta-feira, 24 de abril de 2013

A SAUDADE É FEITA PARA VIVÊ-L(Á)!

 

Bem-te-vi hoje cedo bicou minha janela...
pra me lembrar que a saudade não é resquício de ausência,
é presença viva, é latência!
Mas não se deu por satisfeito...
antes de partir, fez da causa o efeito
e da intransitividade do verbo Amar,
a conjugação perfeita, o pleito!
_ Amaste-me,
Amo-te,
Amamo-nos para sempre, Minha Neta!

 
[Passarinho me visitou para "viver" a saudade e nunca matá-la.]

_ Voa voa Vô... Voa! Teu lugar, eu sei, ALTO L(Á)R!
1 ano sem a tua matéria, TODA VIDA PORÉM, com o TEU AMOR E ESPÍRITO!

Amor é "ternura delicada" mesmo!
 
Mayara Harine




terça-feira, 26 de março de 2013

Eu, a brisa





Sou brisa e moinho de vento, que ao encargo da vida, às vezes briga, às vezes abrigo, à
s vezes caos, às vezes silêncio...

Eu, a brisa, inaudível e insípida, música e dissonância, que ao encargo da vida, às vezes dor, às vezes euforia, às vezes perecer, às vezes renascer...
Eu, a brisa, povo e solidão, completude e carência, que ao encargo da vida, às vezes acolho, às vezes acolhida, às vezes semente, às vezes colheita, à
s vezes ofuscada, às vezes reluzente...

Eu, a brisa,  suave e atroz, às vezes  força e fragilidade, às vezes opressor e vítima, que a mercê da vida, às vezes vento, simplesmente alento ou tão somente brisa.

Mayara Harine



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O aguçar dos sentidos





O inesperado encontro dos olhares… diretos, profundos, insistentes…
Doce provocação, insana negligência para as portas do céu!
Um novo horizonte se abre... Insólito às canções  seguintes...
A mente devassa incita à dança, num jogo imprudente de sedução que não cansa!
Os olhos se cruzam, se misturam, se penetram...
Arrancam sussurros, suspiros soletrados em beijos ao pé do ouvido,
inebriando o desejo ardente, instigando e clamando por “bis”.
Despem-se os pudores e abre-se o caminho que vai do ouvido à boca de-li-be-ra-da-men-te!
Os acordes soltos desprendem-se loucos da vontade suprema de possuir
À luz da lua sutilmente evidencia o contorno de dois corpos perfeitos, nus...Eloquentes! Despidos de vestes, medos e preconceitos...
E ao som do mantra que toca sem cessar, estão eles, loucos pela entrega!
É impossível travar coragem para recuar quando o anseio do toque avança...
aquele que desnorteia e intensamente é sentido na ponta suave dos dedos.
Lambidamente contornam-se círculos de prazer em harmônica sintonia...
Arrepiam-se os pêlos e pele ao toque… lânguido, desenfreado, frenético das mãos, da boca, da língua, que com preciosismo percorre cada curva, cada recanto... Cada concavidade dos corpos divinos, prendendo-se entre quadris e pernas...
E num instante ecoam-se gemidos que rasgam o marasmo do silêncio.
Suavemente, é despertado o gosto do perfume exalado, fragmentado pelo espaço que os enlaça.
Entre os corpos entregue, a respiração cresce descompassada...
Em espasmos ofegantes, num ritmo de calor constante desprende-se todo intenso sentir
E do interior do ser alforria-se a pureza das almas!
Plácido sonho onde os sentidos tornam-se homogêneos... Sacros pela paixão luxuriosa e desejosa de amar.

Mayara Harine

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

DO QUE CÁ(REGO) COMIGO

 "Apesar do meu ar duro, sou cheia de muito amor e é isso o que certamente me dá uma grandeza..."

[Clarice Lispector]



Sou de paz, mas trago a guerra comigo
Nos meus sonhos só os poucos e leais amigos
E uma fé que não me deixa mais
De quedas e voos, de céus e cais

Do que arde e queima
 Do que agracia e aconchega
Proteção e abrigo
Calma e perigo
Dor e cais

Em mim cá(rego) todos os doces e os sais
Mocinhas e bandidas
Perene e fugaz

Não vendo meu riso por uma bagatela qualquer
Tampouco ofereço a quem não é preciso
E "ai" dos que pensam que minha composição é apenas dócil
Minhas marcas de alma, de gozo, de queda, de alvedrio
apresento a quem me oferta brio

Na minha vida só cabe quem perpe(ta)tua doses sem conta-gotas de alegria,
docilidade, prolixidade de alma e tudo que o valha!
Para o meu coração não há muralha!
Há graça, simplicidade de alma e amor em demasia.

Mayara Harine



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

AMAR - VERBO DO PRESENTE

A distância astronômica não é nada
se estenderes os braços aos pouquinhos...

E num instante,  de repente a tudo alcanças... 
Tocas um coraçãosinho!         



Que o medo não  abafe o ímpeto da beleza do sentir...
Que a distância não sobreponha os agoras que urgem por existir...
Que não se retenha a exigência do verbo que precisa ser conjugado...
Amor não se flexiona no pretérito.
 Amar é, sempre, VERBO TRANSITIVO DIRETO!

Mayara Harine




"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:

"Meu tempo é quando."

[Vinícius de Moraes]









quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Meta(morfose)ar

"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses."
[Rubem Alves]


De lagarta à borboleta
metamorfoseia rumo à resiliência,
codinome: RESISTÊNCIA!

Mayara Harine

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NÃO SE MORRE DE INTESIDADE, MAS DE EMBRUTECIMENTO


"Deixei de ser uma pessoa assustada e defendida, para aprender
que não se morre de intensidade.
Morre-se, ao contrário, pelo embrutecimento.
(...)quero despencar em vertigem de dor até o fundo do poço,
e quero subir gargalhando até o infinito supremo, e
quero me largar nesse amor feito uma canoa no mar, e quero e quero e quero mais."
 [Maitê Proença]
 


  Faço minhas as palavras de Maitê...
"-NÃO SE MORRE DE INTENSIDADE. MORRE-SE PELO EMBRUTECIMENTO!-"
Superfície, supérfluo, superficial, superficialidade... 
Eu lá sou mulher de simpatizar com essa família?!!
A mim basta tudo que é inteiro, intenso, profundo! 
Benditos sejam os desafiadores, os corajosos, os que não se curvam ante o medo e as dificuldades expostas.
Benditos sejam àqueles que não se deleitam do morno tépido e tedioso, 
do pouco-acessível-fácil.
Benditos sejam os que almejam ir além, os exigentes e audaciosos!
Bendita seja a PROFUNDIDADE e os que dela se embevedecem!

Mayara Harine