sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O amor deles era assim... Doce de lamber os dedos!

Ela não suportou olhar tanto tempo. Virou de costas, debruçou-se na janela, feito filme: Doris Day, casta porém ousada. 
Então ele veio por trás: Cary Grant, grandalhão porém mansinho. Tocou-a devagar no ombro nu moreno dourado sob o vestido decotado, e disse:
- Sabe, eu pensei tanto. Eu acho que.
Ela se voltou de repente. E disse:
- Eu também. Eu acho que.
 Ficaram se olhando. Completamente dourados, olhos úmidos. 
Seria a brisa? Verão pleno solto lá fora. 
Bem perto dela, ele perguntou:
- O quê?
Ela disse:
- Sim.
Puxou-o pela cintura, ainda mais perto.
Ele disse:
- Você parece mel.
Ela disse:
- E você, um girassol.
Estenderam as mãos um para o outro. No gesto exato de quem vai colher um fruto completamente maduro.  

  
- Caio F. Abreu in “Os Dragões não conhecem o Paraíso”

  
 
O amor deles era algo assim tão sublime, tão tenro, tão puramente conscentido que preenchia todos os vazios...
Tão leve que se assemelha as asas dos anjos...
Tão extenso que não pode ser limitado aos números...
 E tão doce, mas tão doce, que dá vontade de lamber os dedos.

 Mayara Harine

























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