quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

DO QUE CÁ(REGO) COMIGO

 "Apesar do meu ar duro, sou cheia de muito amor e é isso o que certamente me dá uma grandeza..."

[Clarice Lispector]



Sou de paz, mas trago a guerra comigo
Nos meus sonhos só os poucos e leais amigos
E uma fé que não me deixa mais
De quedas e voos, de céus e cais

Do que arde e queima
 Do que agracia e aconchega
Proteção e abrigo
Calma e perigo
Dor e cais

Em mim cá(rego) todos os doces e os sais
Mocinhas e bandidas
Perene e fugaz

Não vendo meu riso por uma bagatela qualquer
Tampouco ofereço a quem não é preciso
E "ai" dos que pensam que minha composição é apenas dócil
Minhas marcas de alma, de gozo, de queda, de alvedrio
apresento a quem me oferta brio

Na minha vida só cabe quem perpe(ta)tua doses sem conta-gotas de alegria,
docilidade, prolixidade de alma e tudo que o valha!
Para o meu coração não há muralha!
Há graça, simplicidade de alma e amor em demasia.

Mayara Harine



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

AMAR - VERBO DO PRESENTE

A distância astronômica não é nada
se estenderes os braços aos pouquinhos...

E num instante,  de repente a tudo alcanças... 
Tocas um coraçãosinho!         



Que o medo não  abafe o ímpeto da beleza do sentir...
Que a distância não sobreponha os agoras que urgem por existir...
Que não se retenha a exigência do verbo que precisa ser conjugado...
Amor não se flexiona no pretérito.
 Amar é, sempre, VERBO TRANSITIVO DIRETO!

Mayara Harine




"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:

"Meu tempo é quando."

[Vinícius de Moraes]









quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Meta(morfose)ar

"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses."
[Rubem Alves]


De lagarta à borboleta
metamorfoseia rumo à resiliência,
codinome: RESISTÊNCIA!

Mayara Harine

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NÃO SE MORRE DE INTESIDADE, MAS DE EMBRUTECIMENTO


"Deixei de ser uma pessoa assustada e defendida, para aprender
que não se morre de intensidade.
Morre-se, ao contrário, pelo embrutecimento.
(...)quero despencar em vertigem de dor até o fundo do poço,
e quero subir gargalhando até o infinito supremo, e
quero me largar nesse amor feito uma canoa no mar, e quero e quero e quero mais."
 [Maitê Proença]
 


  Faço minhas as palavras de Maitê...
"-NÃO SE MORRE DE INTENSIDADE. MORRE-SE PELO EMBRUTECIMENTO!-"
Superfície, supérfluo, superficial, superficialidade... 
Eu lá sou mulher de simpatizar com essa família?!!
A mim basta tudo que é inteiro, intenso, profundo! 
Benditos sejam os desafiadores, os corajosos, os que não se curvam ante o medo e as dificuldades expostas.
Benditos sejam àqueles que não se deleitam do morno tépido e tedioso, 
do pouco-acessível-fácil.
Benditos sejam os que almejam ir além, os exigentes e audaciosos!
Bendita seja a PROFUNDIDADE e os que dela se embevedecem!

Mayara Harine

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A melhor escolha, A VIDA

"O que mais devo querer?
A pele imaculada, o corpo perfeito,
 a bolsa cheia, a bolsa ou a vida?
Acho que, pensando bem,
com altos e baixos, dores e amores,
e cores e sombras,
eu ainda prefiro a vida."

[Felicidade, por Lya Luft -Revista VEJA impressa – Ed. 2230 – 17 de agosto de 2011, pág.24]


A vida...
esse acesso a troca, ao crescimento, ao encantamento
essa fabulosa arte do sentir, do transmitir, do refletir

A vida...
um sementear de amores, 
um experimentar de sabores, texturas e cores,
um alinhavar de palavras, afetos e gestos

Não se sabe ao certo se há vida após o fim ou se a vida é o fim,
mas uma coisa é exata...
Há vida enquanto  há riso, sonho e gozo,
enquanto a beleza ainda fizer moradia na simplicade dos gestos sutis,
enquanto há sonho e força de vontade para realizá-lo.


Mayara Harine



 

terça-feira, 10 de julho de 2012

SÊ INTEIRO

"Escuta, não dou lições nem esmolas,
quando eu me dou, é por inteiro"
Walt Whitman

Meio desejo, meio sonho, meia vontade, meio medo, meia conquista,  meio acerto, meia vitória!
Há mérito no ½?
Meio compasso, meio passo, 
meio abraço, meio amasso, meio-irmão, 
meio laço, meio amor,  meio ódio!
O meio amigo é também meio inimigo?
Se meio triste estaria eu também meio alegre?
Quando meio cansada estaria eu meio disposta?
O que é meio falso seria também um pouco verdadeiro?
O meio honesto tomaria parte da desonestidade?
Meio presente seria um sei-lá-o-quê de ausente?
Meio doce ainda é meio amargo? Meio salgado, talvez...
Meia resposta sucumbi a dúvida?
Meia fé apraz a verdade?
E o que seriam meias verdades? Mentiras inteiras?
De certo que meia lágrima não existe... Não se chora pela metade.
Acaso a felicidade também se divide ao meio?
Meio termo seriam léxicos completos?
Em meio-tempo há mesmo tempo para algo? 

E sentimento se divide?
Como avaliar o meio? 

Meio agrado, que nada! De bom grado é o todo, O INTEIRO!
Qual o meio termo da vida... Qual?  A metade? A parte? A banda?
Falácias! Acaso isso lá é "meio" de se viver?!!

Mayara Harine



"Para ser grande, sê inteiro:
nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."
Fernando Pessoa

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Com e sem gratuidades


"O coração parece um punho cerrado e sujo de sangue, e cada pessoa tem o coração conforme o tamanho da sua mão fechada. Ela passou dias analisando suas finas e longas mãos, tentando ver o seu coração. Achava mais bonito e significativo se ele fosse como uma mão aberta para acariciar, e não um punho preparado para dar um soco, afinal era um coração, o lugar das emoções. E era assim que ela queria ter vivido, com o coração espalmado de tudo e aberto para todos."
["Coisas que ninguém pode saber", Fabio Fabrício Fabretti]


É de minha valia encarar o que sinto sem medo.
E pagar o preço se valer o mérito
Em matéria de sentimentos sempre excedo
E nesse mar de descobertas não tenho passagens secretas,
Canções que exijam segredos
Não me agrada o mais ou menos... 
Me abstenho de amores medianos, amizades mornas...
 Detesto o raso, água pelos joelhos
Se entro na água é para me molhar!
Nasci aos gritos e sou feita de entregas
Meu coração têm portas e janelas sempre abertas,
Mas, ATENÇÃO: A ENTRADA NÃO É FRANCA!
Paga-se com prolixidade de alma, doçura, sensibilidade, reciprocidade, pureza, coragem e vontade de sonhar junto.
Não há espaço para o "PÕE NA CONTA."

Mayara Harine 


sexta-feira, 15 de junho de 2012

DIA DELA - 25 OUTONOS! O/


Hoje o potinho da alegria está transbordando!
Estou tendo momentos danados de bonitos... dessas belezinhas que me deixam com gosto de céu na boca.
Hoje é dia de Festa... Para mim, claro! O/
Dadivosamente, alcanço os meus 25 outonos! 
Desejo-me saúde, paz, dinheiro... e todas aquelas coisinhas que desejamos nessa data!
E que venham mais novas experiências...
Que os quentinhos de coração estejam sempre pertinho...
Que o amor continue  me abraçando forte e que nele eu sempre cresça e transborde!!!




"Pois essa luz cintilante
Que brilha no teu semblante
Donde lhe vem o ‘splendor?
Não sentes no peito a chama
Que aos meus suspiros se inflama
E toda reluz de amor?

Pois a celeste fragrância
Que te sentes exalar,
Pois, dize, a ingénua elegância
Com que te vês ondular
Como se baloiça a flor
Na Primavera em verdor,
Dize, dize: a natureza
Pode dar tal gentileza?
Quem ta deu senão amor?

Vê-te a esse espelho, querida,
Ai!, vê-te por tua vida,
E diz se há no céu estrela,
Diz-me se há no prado flor
Que Deus fizesse tão bela
Como te faz meu amor. "

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Mulher, teu nome é chama



Eu: Fogo alto não cozinha alimento, apenas faz queimar... Mas, acaso com água morna se cozinha algum chá?

Ela: Agrada-me a dualidade... O fogo tem que ser abrasivo o suficiente para que o alimento me apeteça o paladar, porque se tudo o que queima torna-se amargo, o cru também não será de nenhum agrado.

Eu: Não há de ser um problema! Se o alimento queimar e o sabor estragar, me restaria o chá para resolver o dilema, afinal, suprimento queimado também alimenta.

Ela: Que arda, que queime, que passe um pouco do ponto! Tostadas aqui e alí não fazem mal. Não há como sair ileso ao ser submetido ao fogo ardente e visceral!

Uma pitada de incógnitas... Um punhado de reflexão... Certas considerações...
Feitas à quatro mãos e na temperatura da exatidão.

É labareda, é fogo e inflama
Mulher, teu nome é chama!

[Mayara Harine]


A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...

[Mario Quintana]

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Da multiplicidade se constitui o inteiro

Por trás de cada ser humano existe uma humanidade
Somos plurais constituídos de metades!
Somos muitos, somos todos, juntos e misturados...
Coletivos! 




E porque não conjugar no plural essa multiplicidade de sentidos?
Remete-nos o dever de a(crescer), a(bastar), a(mar)ar o que há de melhor de nós no outro...
Proceder amor na parte que nos cabe ceder e não reter.
A(mar), mar, ar... 
Permutar amor, "Re-a-mar".
Eis a única forma de ser inteiro! 

Mayara Harine

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"Cada um, cada qual
Resgatar o júbilo
Existir, ser plural
Repartir o acúmulo..."

[O Teatro Mágico]



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Gotas de Haikai - Poema III - Da saudade...


Bem-te-vi na janela
veio me ver
Oh, Bom velhinho!






Deixaste-me sozinha
Novos ares o espera
 Voa Voa Vô, Voa!


Saudade é um sentimento urgente. Se temos, logo anseiamos por saciá-la!
Mas, como matar vontade do que não se materializa?!
Ontem o sentia nos meus braços, Senhorsinho! Hoje, o "um dia nos veremos" é o que me cabe!
Amar é abdicar da presença palpável para ceder espaço a razões maiores!
Não tire os olhos de mim...  
"Sê forte" é a única voz que ouço agora...  Sopra-me isto diariamente, viu?!
Estás livre agora... Voa voa passarinho!


[Mayara Harine]









quinta-feira, 19 de abril de 2012

Deleite-se em amar


Aterre os pés ao desvaneio dessa fábula grandiosa intitulada amor!
Eis o sentido da vida... "Amar e não amar, amar e só amar... AMAR" 
Afinque o cetro nos sentires e fixe os olhos no topo da montanha...
Busque o inatingível... O improvavél pode também ser possível!
O amor é absurdamente deleitoso! 
Não esquive-se, aceite-o!

[Mayara Harine]

 


Cava bem fundo
meu coração,
Se buscas conhecer-me.
A face que tu vês tão risonha diante da vida
Não diz muito,
Não diz tudo
Tu o sabes!
Mas se ainda assim tu não me descobres,
Arranca-me o coração,
Deixa-me o nome,
Devora-o
E vive-me

[Maria Jânia Teixeira]
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segunda-feira, 26 de março de 2012

Deleite de uma insensatez

 
Diálogos íntimos
beijos eloquentes
corações em febre,
suspiros ardentes.

Corpos desnudos
e embaraçados,
na noite acanhada de
luar revelado. 

Abusa de mim
sem pudor, 
sem lençol de cetim
mas, deixa-me
com os delírios ávidos
que almejei.

E na cama perfumada
destila-me a espera
ansiada, possuindo-me
encantada, no deleite de uma insensatez.

[Mayara Harine]

"As outras sempre conheciam onde eu termino e você, eu quis que você conhecesse onde eu começo... "

Jota Cê - Néctar da Flor

sexta-feira, 23 de março de 2012

Do que é saciável ao amor

 "Nunca acreditei em amor sereno, amor pacato, amor manso. Esse tipo de amor não pega fogo, esse tipo de amor se acostuma com pouco, esse tipo de amor prefere a paz e deixa de sentir todas as esculhambações. Amor educado, eu deixo para as pessoas frias. O  amor deve ser mal educado e viver de boca cheia e aberta."

[Rebeca
- Néctar da Flor]



O instante que urge cá no peito é aquele que anseia pela fusão dos olhares, dos tocares, dos sentires!
E essa menina das palavras que incitam... Essa mulher de brasas...  
Ah... ela tem a alma que extravasa... É a própria personificação de tudo que intensifica!
O pouco não lhe basta... Com ela é tudo ou nada! 
Se num instante reside verdades, então é essa veracidade que lhe cabe!
Desejosa de explosões.... Só se sacia quando o sexo goza corpo, alma, cérebro e coração...
Assim, tudo junto, num mix de emoção! 
Sua ânsia é dessa sintonia que reconhece a cura para o que o espírito há muito procura...
Um ímpeto  que dilaceradamente rompa a prolixidade...
Onde o inalcançável torna-se-á palpável...
Todavia,  provar todos os estágios da paixão masturbando o coração é para poucos... Para raros eu diria!
E com ela o amor só é válido quando o tesão atinge o ponto G da alma!
Entendam, Senhores! Ela carece desse eternecer de sensações...
De um amor com apetite arreganhado, escancarado...
Numa suavidade que nunca se faça pretérita!

[Mayara Harine]



sexta-feira, 16 de março de 2012

Como é fabuloso esse _ Relacionar-se!


 
A emoção incita minha mente a mergulhar, a buscar,
...a ouvir, a olhar, a tocar...
Sou movida pelo sentir! 

Não trilho um percurso sozinha... 
Faço parte de um todo....
Sou um todo…em p a r t e s 


Me atrai a(uni)cidade de origem e de propósitos 


Como um espelho,
reflito e sou refletida por atos,
mas também por sentimentos, 
ações, pensamentos, dramas,
...palavras (claro)!

Tenho cons(ciência) do que em mim reflete,
mas nem sempre tenho consciência do quanto de mim
tenho refletido no outro. 


Meu desejo é somar, fazer crescer, 
a(crescentar)... multiplicar... complementar...
FAZER VALER!

Meu desejo é no outro exceder,
...trans(bordar)....
sur(preender)!
Não desejo apenas ser no outro
o que pro outro baste.

  Desejo é ser no outro
a minha melhor parte.

[Mayara Harine]

segunda-feira, 12 de março de 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

MULHER...

"Tu és... Divina e graciosa, Estátua Majestosa...
Do amor por Deus esculturada
Formada com ardor da alma da mais linda flor do mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor (...)
(...) És Láctea estrela, És Mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da Santa natureza (...)"
[A Rosa - Pixinguinha]


"Fonte de mel nos olhos de gueixa...Kabuki, máscara
Choque entre o azul e o cacho de acácias
Luz das acácias,  Você é mãe do sol..."

 Lindezas somos nós, MULHERES...
Senhoras compostas de sensibilidade proeminente...
Exemplos de dureza e delicadeza, doçura e fortaleza... 
Merecemos aplausos e brindes pela dádiva e prelúdio de germinarmos vidas... Iniciarmos histórias... Abrolharmos sementes!
Aplausos por sermos não somente a costela, mas a cabeça que lidera empresas e lares, o ombro sempre solícito para apoiar, as mãos estendidas para ajudar, o olhar capaz de docificar!
Um "VIVA" a todas nós, donas de uma sexto sentido e um primeiro, segundo e terceiro coração, que ama e chora, apazigua e vigora qualquer criatura, filho, marido, namorado e irmão!
Um "SALVE" a essa pérola virtuosa, que trabalha, estuda, organiza, educa, aconselha, briga e abriga, ama e faz amor, suspira e arranca suspiros!  
 Senhoras sábias, envoltas de inerente inteligência... 
Fatais.. Por onde passam exalam sensualidade!
A todas nós meninas, modernas, maravilhosas e "MAIÚSCULAS MULHERES" um FELIZ DIA!!!
Que sejamos sempre enaltecidas pela virtude de nossas qualidades, pelo calor de nosso coração e que nada e ninguém nos subestime ou tente arrancar essa beleza genuína e sublime!!!


[Mayara Harine]








terça-feira, 6 de março de 2012

Das vontades dela...

"Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna."
 [Caio F. de abreu]



Que desabroche  essa vontade bonita e toda minha de crescer...
Essa expectativa de tornar tudo possível, atingível, alcançável...
Esse desejo esperançoso bordado de sonhos primaveris e risonhos... possíveis... reais!
Que perdure assim os risos altos, soltos, expansivos...
Que o amor seja sempre a minha recompensa... 
Que as bençãos sortidas e oportunas continuem me abraçando forte...
E que desse amor eu Floresça e Transborde!


[Mayara Harine]

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ser e bastar-se a si


“ (…)O primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. (...) Para me adaptar ao que era inadaptável (...) tive que cortar meus aguilhões, cortei em mim a força que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. (...) Não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado(…)” 


Há de ser conjugado sempre no imperativo esse verbo tão crucial que é SER!
Há de ser sustentada a incubência desse veredito que tem necessidade de assumir-SE na grandiosidade de sua essência, seja ela qual for!
Há uma imprescindível relevância de SE fazer valer além e independentemente de outrem!
Há de aceitar-SE ante, sobretudo e indiscutivelmente primeiro a SI... E aceitando-SE, há de se concordar que este foi um gesto de coragem, pois  ostentar os próprios erros faz parte de uma prudência que se revela... Porém, negligenciar as inerentes falhas é permanecer na toleima de não assumir-SE, de não acreditar em sua própria verdade.
Faz parte da coragem: Cair e não permanecer nas próprias quedas...  SE permitir sangrar para posteriormente aprender com as cicatrizes... Chorar e saber sentir o amadurecimento que traz cada lágrima gota a gota.
E quem se atreve?
Ter-SE e respeitar-SE é sem dúvida, um ato de ORGULHO!
Representar com transigência o papel de protagonista da própria história é não somente dar credibilidade fundamental a SI, mas, sobretudo, um ato de sensatez e FÉ para consigo!

 P.S.: OLD FRIEND, YOU SURE CAN FLY IF YOU JUST BELIVE!

[Mayara Harine]



“(…)Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois de uma pessoa perder o respeito de si mesma e o respeito de suas próprias necessidades, depois disso fica-se um pouco um trapo.
Você veria que há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. 

(...) Para me adaptar ao que era inadaptável (...) tive que cortar meus aguilhões, cortei em mim a força que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. (...) Não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado.
Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma.
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso, nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Ouça meu conselho, ouça meu pedido: respeite a você, mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você – pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver(…)”

[Clarice Lispector - Trechos de uma carta escrita pela Autora a uma amiga.]

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Das coisas que o amor sente falta...





  "Me pegue bem, misture alma e coração."








Sentimentos efêmeros são anestestesiados pela cômoda justificativa de que nada pode ser para sempre. E como virou habitual "a chaga" da efemeridade! Tudo que pode ser sucumbido pela ausência de explicações claras e concisas, caem na pronta resposta de que "tinha que ser assim" e "c'est fini"! Como se o sentir fosse uma peça de roupa usual. Não concordo e não assino embaixo! Rotina nunca foi desculpa para a falta de romantismo, e o pressuposto para tal requesito meramente importante deveria fazer morada nas palavras, nos carinhos e na simplicidade dos gestos sutis. A filosofia do casual anda alienando muita gente... E, sinto dizer, SOU DIFERENTE! Não vim do lugar onde o desejo é saciável... onde o pouco basta... onde os sentimentos são substituíveis ou trancados num sótão, para posteriormente serem lembrados com nostálgicas recordações. O amor requer a abrasiva sensação da paixão, desse êxtase lascivo e requer SEMPRE! Entretanto, o amor suplica ser amado na sagacidade ágape de seu sentir. 
Quero sim... Quero muito que o sangue queime e arda ao se deparar com meu calor... Mas, quero mais... Quero mais ainda que o Prógono de todas essas reações abrace o meu coração com o mesmo ardor que abraça meu corpo.

 [Mayara Harine]

No vôo de Pégasus...




No vôo de Pégasus há uma visão que me cabe...
 Aprimoro na essência da vida, a Sabedoria Divina, que a tudo transforma numa suave razão para seguir adiante... Ainda que dentro de um conhecido ou desconhecido Universo Interior.
Cavalgar nas “palavras” que se vão soltando com tímidos ou fortes sentidos...
São os sonhos, são os medos, são ásperas, são ingênuas, não são simples palavras...
Mas, são as minhas “verdadeiras palavras”.
Quando a minha mão ondula nas ondas da vida...
“Ergo meus mistérios na plenitude” dos segredos que choram as letras...
Nas dunas do meu deserto, no cavalgar uma voz “perdida” me chamou...
Dei tudo o que tinha... os meus dias, as minhas horas, “pedaços de mim” e da minha alma, os desejos, os sonhos...
Cavalgando percebi o silêncio que há entre “a mente e os sentidos”... E... inquietantes versos repousam em meu singelo papel...
Deixo de cavalgar, e abro o “portal”... Vôo com o Pégasus...
Sou a chama que acessa o “meu inconsciente dormente”, ardendo e queimando minha imaginação...
Enquanto o amor invade meu coração... Deixo questionamentos da vida e dos “porquês”
Ouço minha alma que me diz: Senta-te e escuta o silêncio que o teu “mundo inteiro” fez... 
O silêncio do teu amor, que não se entende... da chuva que não há...
Ouça a “ausência” de estar... Sente ainda nos dedos, e no coração as palavras sentidas?!
Contigo, o sentir é para além de tudo.
Amas uma descoberta em um Deserto... Como se a vida voasse e o tempo te amparasse e ensinasse
Tudo foi um passo de cada vez...
Tudo dividido em ontem, hoje, amanhã e depois
E tudo se encaixou ou não...
“Completos”, ocuparam ambos, o vazio
Todos os dias sentias que o amor ali, estava... E ali ficou
Eu disse: No meu jardim, em tempo de chuva, sempre floriu por completo!
O “Divino Eros” trouxe-me um desafio... uma luz “antiplatônica”
Com um golpe e à galope... “Rasgou-me e decifrou-me”!
Prometeu-me um “Eclipse raro”
A completa incompletude dos ventos soprou meus versos “uivando famintos”...
Bebendo apenas o tempo, que gritou “num silêncio nu”
Pégasus, em sua diáfana aparência... voas soberano sobre todos estes versos e me leva, me leva...
Para a LUZ, que revela a verdade.

[Autor desconhecido]