sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dedilhar...


Dedos que se encontram e se reconhecem ligeiros,
e por hora devagar...
Dedos e mais dedos que passeiam
a descobrir mistérios,
a revelar segredos
por entre pernas e curvas...
tantos caminhos a trilhar

Dedos que rompem a barreira do medo
 lascivos, abrasivos, impertinentes!
Violam, abusam, exploram
decoram o sentido, despertam os gemidos,
fazem a flor desabrochar.

Dedos envoltos dedilham o corpo, incitando-o à dançar, 
liberando o néctar, fazendo-o gotejar...
Dedos e mais dedos... 
Teus dedos a gosto, aflitos e afoitos a me aliciar.
 



Tornar do próprio corpo o caminho do outro a ser percorrido e apreciado no preciosismo 
dos ângulos, das paisagens,
sem trilhas a serem encurtadas, 
um andejar de mãos em passos largos e lentos, 
coisas de peles e pêlos,
por entre texturas, sabores e cheiros...
O outro é sempre um universo para descobertas
e nós, somos para o outro, um enigma a desvendar.

[Mayara Harine]

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