segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O aguçar dos sentidos





O inesperado encontro dos olhares… diretos, profundos, insistentes…
Doce provocação, insana negligência para as portas do céu!
Um novo horizonte se abre... Insólito às canções  seguintes...
A mente devassa incita à dança, num jogo imprudente de sedução que não cansa!
Os olhos se cruzam, se misturam, se penetram...
Arrancam sussurros, suspiros soletrados em beijos ao pé do ouvido,
inebriando o desejo ardente, instigando e clamando por “bis”.
Despem-se os pudores e abre-se o caminho que vai do ouvido à boca de-li-be-ra-da-men-te!
Os acordes soltos desprendem-se loucos da vontade suprema de possuir
À luz da lua sutilmente evidencia o contorno de dois corpos perfeitos, nus...Eloquentes! Despidos de vestes, medos e preconceitos...
E ao som do mantra que toca sem cessar, estão eles, loucos pela entrega!
É impossível travar coragem para recuar quando o anseio do toque avança...
aquele que desnorteia e intensamente é sentido na ponta suave dos dedos.
Lambidamente contornam-se círculos de prazer em harmônica sintonia...
Arrepiam-se os pêlos e pele ao toque… lânguido, desenfreado, frenético das mãos, da boca, da língua, que com preciosismo percorre cada curva, cada recanto... Cada concavidade dos corpos divinos, prendendo-se entre quadris e pernas...
E num instante ecoam-se gemidos que rasgam o marasmo do silêncio.
Suavemente, é despertado o gosto do perfume exalado, fragmentado pelo espaço que os enlaça.
Entre os corpos entregue, a respiração cresce descompassada...
Em espasmos ofegantes, num ritmo de calor constante desprende-se todo intenso sentir
E do interior do ser alforria-se a pureza das almas!
Plácido sonho onde os sentidos tornam-se homogêneos... Sacros pela paixão luxuriosa e desejosa de amar.

Mayara Harine